sexta-feira, 26 de outubro de 2012

RELEITURA - ROMERO BRITO

Releitura feita pelos meus alunos do 1º Ano "A" Matutino do Ensino Médio com obras de Romero Brito.













GRAFITE


O QUE É GRAFITE?


GRAFITE ÉA arte que embeleza ou enfeia as cidades tem origem na antiguidade
Para muitos, o grafite é apenas uma"pichação evoluída". Para outros, é
uma arte urbana. O fato é que ele está presente em diversas partes da cidade:
banheiros públicos, fachadas de edifícios,muros, casas abandonadas, ônibus, metrô,
orelhões, postes, monumentos públicos e outros lugares expostos.

A palavra grafite tem origem na Itália e significa "escrita feita com carvão".
Os antigos romanos escreviam assim,com carvão, manifestações de protesto, ou
de qualquer outro cunho nas paredes das construções. Alguns desses grafites ainda
podem ser vistos em sítios arqueológicos espalhados pela Itália.
No final da década de 1960, jovens do Bronx, bairro de Nova York, (EUA),
restabeleceram essa forma de arte usan- do tintas spray. O grafite seria uma das
três manifestações artísticas do hip-hop,movimento nascido nos guetos ameri-
canos que reúne outras duas modalidades: o rap e o break.
Os artistas do grafite costumavamem seus trabalhos ou chamar a atenção para problemas
de ordem política ou questões sociais.

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

ROCOCÓ


O Rococó
De modo geral, a arte que se desenvolveu dentro do estilo rococó pode ser caracterizada como requintada, aristocrática e convencional. Foi uma arte que se preocupou em expressar apenas sentimentos agradáveis e que procurou dominar a técnica de uma execução perfeita.
O rococó teve inicio na França , no século XVIII, difundindo-se a seguir por toda a Europa. Em nosso país, foi introduzido pelo colonizador português e sua manifestação se deu principalmente no mobiliário conhecido por “ estilo Dom João V”.
O termo rococó originou-se da palavra francesa “rocaille” que, em português por aproximação significa concha. Esse detalhe é significativo na medida em que muitas vezes podemos perceber as linhas de uma concha associadas aos elementos decorativos deste estilo.
Para alguns historiadores da arte, o termo rococó indica a fase do Barroco compreendida entre 14710 e1780, quando os valores decorativistas e ornamentais são exaltados tanto pelos artistas quanto pelos apreciadores de arte.
De fato, pode-se ver o rococó um desenvolvimento natural do Barroco. Porem, há entre esses dois estilos algumas características bem distintas. As cores fortes da pintura barroca, por exemplo, na pintura rococó foram substituídas por cores suaves e de tom pastel, como o verde-claro e o cor-de-rosa. Alem disso , o rococó deixa de lado os excessos de linhas retorcidas que expressam as emoções humanas e busca formas mais leves e delicadas.
A arte rococó refletia, portanto, os valores de uma sociedade fútil que buscava nas obras de arte algo que lhe desse prazer e a levasse a esquecer seus problemas reais. Os assuntos explorados pelos artistas deveriam ser as cenas graciosas, realizadas de tal forma que refletissem uma sensualidade sutil, como podemos observar na tela “ O balanço” do pintor Fragonard (1732-1806).
Arquitetura Rococó
Na arquitetura. O estilo rococó manifestou-se principalmente na decoração dos espaços interiores, que se revestiram de abundante e delicada ornamentação. As salas e os salões tem., de preferência, a forma oval e as paredes são cobertas com pinturas de cores cloras e suave s, espelhos e ornamentos com motivos florais com estuque.
Em oposição a esse interior rico em elementos decorativos, a fachada dos edifícios reflete um barroco sem exageros ou o estilo clássico dos renascentistas italianos.
São exemplos dessa arquitetura o Hotel de Soubise, construído por Germain Boffrand e decorado por Nicolas Pineau, em Paris,entre os anos de 1736 e 1739, e o Petit Trianon, construído por Jacques-Ange Gabriel, em Versalhes, entre 1762 e 1768.
A Pintura
Na pintura, são nítidas as diferenças entre o Barroco e o Rococó. Enquanto o Barroco desenvolvia temas religiosos em que as atitudes dos personagens eram repletas de conotações dramáticas e heróicas, o Rococó desenvolvia temas mundanos, ambientados em parques e jardins ou em interiores luxuosos.
A escultura
Nessa arte, o estilo rococó substitui os volumes que indicam o vigor e a energia barrocos por linhas suaves e graciosas. A escultura, que se torna intimista, geralmente procura retratar as pessoas mais importantes da época. São famosas, por exemplo, as esculturas que Jean Antoine Houdon fez retratando Voltaire, Diderot, Rousseau e outros tantos personagens da historia francesa e universal.
Mas não foi apenas nos retratos que se destacou a escultura rococó. Foi ela a responsável pela criação das estatuetas decorativas, a partir da invenção da porcelana por dois cientistas alemães, Tischirnhaus e Boettger, em 1708.
VEJA AS IMÁGENS QUE REPRESENTAM O ROCOCÓ NAS ARTES PLÁSTICAS E MOBILIARIA.


ATIVIDADES

1. De onde vem o nome "rococó" e o que significa?
2. Onde o estilo rococó se desenvolveu?
3. O que se tenta transmitir com esse estilo?
4. O que a arquitetura rococó valorizava, e de que modo?
5. Por que na escultura rococó o gesso e a maddeira foram os preferidos?
6. Onde surgiu o teatro sacro?

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

ARTE BIZANTINA


Chama-se Arte Bizantina aquela produzida na parte leste do antigo Império Romano. Constantinopla, sua capital, foi fundada em 330 d.C. e caiu sob o jugo do Império Turco em 1453 (marcando a passagem histórica da Idade Média para a Idade Moderna). Entretanto, uma arte propriamente bizantina não começou exatamente quando da divisão do Império Romano em duas partes, tampouco acabou logo após a tomada de Constantinopla. Durante os primeiros anos do Império do leste, a arte podia ser considerada ainda romana, desenvolvendo-se com outras características posteriormente. Da mesma forma, os padrões artísticos do Império Bizantino puderam ser observados até aproximadamente o século XVI. Além disso, outras povos que não pertenciam propriamente aos domínios do Império Bizantino assimilaram esses padrões, como os eslavos.
Pode ser dividida em dois períodos distintos: a arte Bizantina dos primeiros tempos, que vai aproximadamente do século IV ao século VIII, e a arte bizantina mais tardia, que vai mais ou menos do século IX ao século XV.
O ponto de ruptura entre esses dois modelos artísticos foi dado pela ação dos iconoclastas, que terminou em 843. No século VIII foi desencadeada uma luta contra a reprodução de imagens por Leão Isáurico (Leão II, 675 -741). Seus sucessores acabaram intensificando cada vez mais a luta contra os ícones, depredando com mosaicos, afrescos e perseguindo aqueles que cultuavam imagens. Eles acabaram por destruir grande parte da produção artística do primeiro período por motivos religiosos-filosóficos. Seu poder foi forte no Império até o século IX.
A partir daí vemos o ressurgimento da arte bizantina com novas conquistas.
A temática da arte Bizantina, de uma forma geral, é religiosa: eventos bíblicos, a vida dos santos. Era função do artista representar as crenças teológicas. Devido a forte importância das imagens, que funcionavam como verdadeiras pontes de contato entre o homem e o divino (ícones), os artistas deveriam seguir fielmente as tradições. Qualquer inovação ou falha na representação de uma imagem com função tão importante poderia mesmo ser considerada como desrespeito à Igreja. Portanto, não era exigido do artista criatividade, originalidade, ou seu traço pessoal, sendo que pouquíssimos mestres bizantinos são conhecidos hoje. Mesmo quando a arte destinava-se a prestar homenagem ao Imperador, podia ser observado um fundo religioso, uma vez que, seguindo a tradição oriental, o Imperador era considerado como a emanação da figura divina na Terra. Um aspecto importante de toda essa observação na preservação das tradições foi a conseqüente preservação também de traços da arte grega e romana, um dos últimos redutos de sobrevivência desses padrões na Idade Média, antes da Europa passar a revalorizá-las durante o Renascimento. Diferenciava-se da arte clássica, por sua vez, principalmente na exaltação do divino e não do homem como faziam os antigos. Por essas características, percebe-se que era mais apropriada a arte em grande escala, para melhor exaltar o poder que deveriam representar. Os mosaicos talvez sejam os mais famosos trabalhos em arte do Império. Entretanto, também havia a arte realizada em pequenos objetos, como trabalhos têxteis, jóias, trabalhos em metais e principalmente a iluminação de manuscritos.

PRIMEIRO PERÍODO DA ARTE BIZANTINA

Nesse primeiro período, temos a figura do Imperador Justiniano, O Grande (527 - 565) como líder de uma das épocas de maior desenvolvimento da arte Bizantina.
O Imperador era conhecido por patrocinar a atividade, além de sua força política e militar. A influência clássica era bastante nítida nos trabalhos do período. Entretanto, trata-se de uma época de difícil estudo uma vez que poucas obras sobreviveram. Uma das maiores obras de Justiniano foi a reconstrução da Igreja de Hagia Sophia. A Igreja, construída por Constantino, tinha sido destruída em 532 por facções políticas rivais. Isidorus de Miletus e Anthemius de Tralles eram os arquitetos responsáveis pela obra. A alta abóbada da igreja (55 m), com seus 33 m em diâmetros é uma das características mais marcantes do templo. Além disso, espacialmente podem ser notadas combinações de elementos das primeiras igrejas cristãs com elementos presentes nas construções de basílicas.
A Basílica de São Apolinário em Classe, construída no século VI, é outra boa amostra de um templo bizantino, especialmente por conter em seu interior um belo mosaico, tipo de pintura que alcançou notável expressividade na Arte Bizantina.
Mostra o santo em oração numa paisagem estilizada, algumas ovelhas, Moisés, Elias, uma cruz com a minúscula cabeça de Cristo na intersecção de seus dois lados e a Mão de Deus. O Mosaico foi decifrado como simbolizando a Transfiguração de Cristo.
Um dado interessante da arte Bizantina é ver um mesmo tema tratado de maneiras distintas nas várias regiões do Império. Isso acaba por provar que apesar do respeito às tradições, típico dessa arte, ela não se mostrava fechada às variações de estilos em suas diferentes regiões.
A iluminação de manuscritos é a manifestação artística que permite uma boa observação da arte Bizantina, uma vez que muitos deles conseguiram chegar até nós. Tanto como no ocidente, essa atividade é bastante representativa da arte do Império Romano oriental na Idade Média. Apresentava muitas variações, que podem corresponder às diferentes localidades de origem desses manuscritos. Podem ser encontradas desde páginas inteiras ilustradas às iluminações somente no meio de um texto. As ilustrações de manuscritos gregos parecem terem sido as preferidas pelos artistas. Os retratos dos autores presentes nas obras também seguiam a tradição da arte grega. Um bom exemplo pode ser dado pela representação de São Marcos nos Evangelhos Rossano, pertencente à Catedral de Rossano, sul da Itália. Outro manuscrito grego ilustrado foi Gênesis de Viena, hoje na Biblioteca Nacional de Viena. Os textos são pequenos e as ilustrações pormenorizadas, podendo uma mesma iluminação apresentar mais de um evento, com a repetição de personagens. Conforme já foi dito, a ação dos iconoclastas acabou por destruir grande parte da arte bizantina.
Entretanto, no reino da Imperatriz Irene (787 -813) e a partir de 843 (Imperatriz Theodora) pode ser observada a restauração do culto aos ícones e um novo período de ouro da arte Bizantina.

SEGUNDO PERÍODO DA ARTE BIZANTINA

Após 843, começa uma nova era de ouro da arte Bizantina, com a restauração dos ícones.
O Império Bizantino de então já é bem menor do que aquele governado por Justiniano, devido a perda de territórios para os árabes ou para a dinastia Carolíngia. O termo Renascença Macedônia pode ser usado também para designar a arte do período, uma vez que ela continha inúmeras referências clássicas. A denominação também baseia-se no fato dessa época ser o começo de uma dinastia iniciada por Basil I (867 - 886), o Macedônio. Na arquitetura não houve nenhuma construção que superasse em esplendor a Hagia Sophia, uma vez que predominava nessa época construções mais modestas. Exemplos de construções desse período são a Nea (destruída) e as demais igrejas em formas de quincunce (uma abóbada central rodeada de quatro pequenas abóbadas), nas regiões de Salonika, por exemplo.
A Igreja de San Marco, em Veneza, tem clara inspiração na arte bizantina da época de Justiniano, mostrando como esses valores estéticos acabaram por atingir o oeste. Com seus mosaicos e esculturas, influenciou a maneira como o ocidente assimilaria a arte do leste. A Catedral de Pisa, construída pelo arquiteto Busketos, que mistura elementos romanescos aos bizantinos, é outro bom exemplo da expansão da arte bizantina.
Na pintura, os ícones são grandes destaques. De profunda importância religiosa para a cultura do Império, as representações de entidades divinas, em especial os vários santos, eram adorados tanto por poderem estabelecer a ligação entre o plano humano e o divino, como pelas figuras em si. Os mosaicos são outro importante meio decorativo usado na arte bizantina.
Normalmente no interior de igrejas, possuíam rica simbologia, representando Cristo, a Virgem, a Criança, os profetas, os apóstolos, os santos. Havia ainda imagens mostrando as principais festas do ano litúrgico bizantino.
A iluminação de manuscritos continua sendo atividade importante na arte do Império. De uma forma geral, temos várias amostras daarte bizantina dessa segunda época de ouro.
No caso dos manuscritos isso é ainda mais verdadeiro, tendo sobrevivido vários deles. Aspectos da arte clássica costumam estar bastante ressaltados, como a referência à mitologia grega. Paris Psalter, de Psalms, que retrata episódios do Velho Testamento, é um bom exemplo desses manuscritos. Um dos últimos exemplos de pintura bizantina pode ser dado pela Kariye Camii em Chora, Igreja do Salvador . Realizada já no século XIV, mostra a resistência da Igreja Bizantina que, mesmo com as tentativas de destruição promovidas pelo papado e as cruzadas, ainda se mostrava vigorosa. Quanto às esculturas, não há muitos exemplos de esculturas monumentais, prevalecendo sua utilização na decoração arquitetônica ou esculturas em pequena escala, como altares portáteis. Acredita-se que a arte bizantina foi de fundamental importância para o início da Renascença Italiana, assimilada tanto pelo contato comercial com o país latino, como pelo espólio realizado pelas Cruzadas. 
Mislene Miguez
Fonte: www.brasilcultura.com.br
Arte Bizantina
arte bizantina teve seu centro de difusão em Bizâncio, mais exatamente na cidade de Constantinopla, e se desenvolveu a partir do século IV como produto da confluência das culturas da Ásia Menor e da Síria, com elementos alexandrinos. As bases do império eram três: a política, a economia e a religião. Não é de estranhar, portanto, que a arte tivesse um papel preponderante tanto como difusor didático da fé quanto como meio de representação da grandeza do imperador, que governava, segundo o dogma, em nome de Deus.
Para manter a unidade entre os diversos povos que conviviam em Bizâncio, Constantino oficializou o cristianismo, tendo o cuidado de enfatizar nele aspectos como rituais e imagens dos demais grupos religiosos. Isso explica o fato de ícones de Jesus e Maria provirem da Síria, Iraque e Egito, assim como se deu com a música e os cânticos. Também foram construídos centros de culto, igrejas e batistérios, com a adoção da forma das basílicas, da sala de audiência do rei (basileus), junto com o mercado das cidades gregas.
O apogeu cultural de Bizâncio teve lugar sob o reinado de Justiniano (526-565 d.C.). Pertence a essa época um dos edifícios mais representativos da arquitetura bizantina: Igreja de Santa Sofia. Ao período iconoclasta, em que foram destruídas e proibidas as imagens (726-843 d.C.), seguiu-se uma época de esplendor e ressurgimento cultural na qual a arte bizantina foi para o Ocidente, difundindo-se pelos países ou cidades que comercial ou politicamente continuavam em contato com Bizâncio: Aquisgran, Veneza e países eslavos, entre outros.

ARQUITETURA

Uma vez estabelecido na Nova Roma (Constantinopla), Constantino (270-337 d.C.) começou a renovação arquitetônica da cidade, erigindo teatros, termas, palácios e sobretudo igrejas, já que se fazia necessário, uma vez oficializado o cristianismo, imprimir seu caráter público definitivo em edifícios abertos ao culto. As primeiras igrejas seguiram o modelo das salas da basílica (casa real) grega: uma galeria ou nártex, às vezes ladeada por torres, dava acesso à nave principal, separada por fileiras de colunas de uma ou duas naves laterais.
No lado oeste, o transepto, ou nave principal, se comunicava com a abside. O teto era de alvenaria e madeira. Graficamente falando, as primeiras basílicas eram como um templo grego virado para dentro. A simbologia dessas igrejas não poderia ser mais precisa: o espaço central alongado era o caminho que o paroquiano percorria até a consubstanciação, simbolizada na abside. Esse modelo foi posteriormente substituído pelas plantas centralizadas circulares, como a dos panteões romanos e as plantas octogonais.
Chegaram até nossos dias as igrejas mais importantes do reinado de Justiniano (526-565): Santa Sofia, Santa Irene e São Sérgio e Baco. Foi nessa época que se iniciou a construção das igrejas de planta de cruz grega, cobertas por cúpulas em forma de pendentes, conseguindo-se assim fechar espaços quadrados com teto de base circular. Esse sistema, que parece já ter sido utilizado na Jordânia em séculos anteriores e inclusive na Roma antiga, se transformou no símbolo do poderio bizantino.
A arquitetura de Bizâncio se difundiu rapidamente pela Europa ocidental, mas adaptada à economia e possibilidades de cada cidade. Não se deve esquecer que Santa Sofia foi construída sem a preocupação com gastos, algo que os demais governantes nem sempre podiam se permitir. São Vital e Santo Apolinário Novo, em Ravena, a capela palaciana de Aquisgran, São Marcos, em Veneza, e o mosteiro de Rila, na Bulgária, são igrejas que melhor representaram e reinterpretaram o espírito da arquitetura bizantina.

ESCULTURA

A escultura bizantina não se separou do modelo naturalista da Grécia, e ainda que a Igreja não estivesse muito de acordo com a representação estatuária, não obstante, essa foi a disciplina artística em que melhor se desenvolveu o culto à imagem do imperador. Também tiveram grande importância os relevos, nos quais os soberanos imortalizaram a história de suas vitórias. Das poucas peças conservadas se deduz que, apesar de seu aspecto clássico, a representação ideal superou a real, dando-se preferência à postura frontal, mais solene.
Não menos importante foi a escultura em marfim. As peças mais correntes eram os chamados dípticos consulares, de uma qualidade e maestria incomparáveis, que, à guisa de comunicação, os funcionários enviavam aos demais altos dignitários para informar sua nomeação. Esse modelo mais tarde se adaptou ao culto religioso em forma de pequeno altar portátil. Quanto à ourivesaria, proliferaram os trabalhos em ouro e prata, com incrustações de pedras preciosas. Porém, poucos exemplares chegaram até nossos dias.

PINTURA

A pintura bizantina é representada por três tipos de elementos estritamente diferenciados em sua função e forma: os ícones, as miniaturas e os afrescos. Todos tiveram um caráter eminentemente religioso, e embora predominassem as formas decorativas preciosistas, não faltou a essa disciplina o misticismo profundo comum a toda a arte bizantina.
Os ícones eram quadros portáteis originados da pintura de cavalete da arte grega, cujos motivos se restringiam à Virgem Maria, sozinha ou com o Menino Jesus, ou ao Retrato de Jesus.
As miniaturas eram pinturas usadas nas ilustrações ou nas iluminuras dos livros e, como os ícones, tiveram seu apogeu a partir do século IX. Sua temática era limitada pelo texto do livro, geralmente de conteúdo religioso ou científico. Os afrescos tiveram sua época de maior esplendor em Bizâncio, quando, a partir do século XV, por problemas de custo, suplantaram o mosaico. A pintura ganhou assim em expressividade e naturalismo, acentuando sua função narrativa, mas renunciando a parte de seu simbolismo.
Sozinho ou combinado com a pintura e com mais preponderância do que ela, pelo menos entre os séculos VI e VII, a técnica figurativa mais utilizada foi o mosaico. Suas origens remontam à Grécia, mas foi em Bizâncio que se usou o mosaico pela primeira vez para decorar paredes e abóbadas e não apenas pisos. No início, os motivos eram extraídos da vida cotidiana da corte, mas depois adotou-se toda a iconografia cristã, e o mosaico se transformou no elemento decorativo exclusivo de locais de culto (igrejas, batistérios).
Tanto na pintura quanto nos mosaicos seguiram-se os mesmos cânones do desenho: espaços ideais em fundos dourados, figuras estilizadas ornadas com coroas de pedras preciosas para representar Cristo, Maria, os santos e os mártires e paisagens mais inclinadas para o abstrato, em que uma árvore simbolizava um bosque, uma pedra, uma montanha, uma onda, um rio. A Igreja se transformava, assim, no modelo terreno do paraíso prometido. O homem era o cânon, a medida e a imagem de Deus.
Esses princípios básicos de representação eram estabelecidos formalmente: primeiro se procurava fazer o contorno da figura, depois as formas do corpo, as roupas e os acessórios e, finalmente, o rosto. A variedade representativa mais interessante se deu em torno da figura de Maria. Havia tipos de simbologia definidos. Por exemplo, com a mão direita no peito e o Menino Jesus na esquerda, era a Hodigitria (a condutora); acompanhada do monograma de Cristo era a Nikopeia (a vitoriosa) e amamentando o Menino Jesus, a Galaktotrophusa (a nutriz).


Exemplos de mosaicos produzidos no Brasil: