Efêmera é o mesmo que efêmero, um termo grego que significa “apenas por um dia”. Refere-se a algo passageiro, transitório, de curta duração. Todas as coisas que são efêmeras têm a característica de não durarem muito, de acabarem passado pouco tempo. Na natureza, existem flores que duram apenas um dia. São as flores efêmeras de determinados cactos, orquídeas e outras plantas. Os insetos do gênero Ephemera, que pertence à família dos Efemerídeos, possuem esse nome porque vivem apenas poucas horas. São insetos pequeninos, atingem no máximo quatro centímetros e habitam as margens dos rios ou locais de água doce. Arte efêmera é todo tipo de arte que não é permanente, ou seja, não perdura através dos tempos. São exemplos dessa arte os grafites, as esculturas em areia ou gelo, os coloridos tapetes de flores construídos nas ruas em celebrações religiosas, as instalações construídas para exibições momentâneas etc.
Arte efêmera: Instalações, performances e happenings
Muitas vezes, ao pensarmos em obras de arte, como uma pintura, por exemplo, imaginamos a Monalisa, de Da Vinci, ou O grito do Ipiranga, de Pedro Américo, ou, ainda, esculturas de mármore... Obras que permanecem ao longo do tempo e da história.
Mas o que dizer de obras de arte pública, por exemplo? Muitas delas foram produzidas com a clara intenção de serem modificadas pela ação do tempo e, até mesmo, de desaparecer, como o grafite, os tapetes feitos com serragem, sementes e folhas - que, em algumas cidades, a população costuma fazer nas ruas, para a celebração de Corpus Christi ou da Semana Santa -, esculturas de areia ou gelo.
E não podemos esquecer também das instalações, das performances e dos happenings, realizados por artistas contemporâneos, obras que existem apenas durante o tempo em que são realizadas, como a performance Homem-pão, de Tatsumi Orimoto:
Ou a obra/performance de Ronald Duarte, Nimbo Oxalá, na qual existe uma preocupação com a execução, como se fosse uma espécie de ritual, podendo ser pensada e lida do ponto de vista do produto realizado naquele momento, ou seja, uma grande coluna de gás carbônico formando uma escultura efêmera:
Mas o que dizer de obras de arte pública, por exemplo? Muitas delas foram produzidas com a clara intenção de serem modificadas pela ação do tempo e, até mesmo, de desaparecer, como o grafite, os tapetes feitos com serragem, sementes e folhas - que, em algumas cidades, a população costuma fazer nas ruas, para a celebração de Corpus Christi ou da Semana Santa -, esculturas de areia ou gelo.
E não podemos esquecer também das instalações, das performances e dos happenings, realizados por artistas contemporâneos, obras que existem apenas durante o tempo em que são realizadas, como a performance Homem-pão, de Tatsumi Orimoto:
Ou a obra/performance de Ronald Duarte, Nimbo Oxalá, na qual existe uma preocupação com a execução, como se fosse uma espécie de ritual, podendo ser pensada e lida do ponto de vista do produto realizado naquele momento, ou seja, uma grande coluna de gás carbônico formando uma escultura efêmera:
Segundo definição encontrada nos dicionários, efêmero é aquilo que é passageiro, temporário, transitório.
Eterno/efêmero
Contudo, nem toda obra de arte pública foi feita para desaparecer. Quando pensamos em monumentos históricos, por exemplo, a intenção é de que permaneçam com o passar do tempo. E performances e happenings podem ser registrados em audiovisual, sendo que, nesse caso, o que permanece é o registro e não a obra em si.
Temas como a materialidade das obras de arte e a oposição eterno/efêmero são problematizados pela arte contemporânea, pois são questões extremamente ligadas à nossa realidade, ao mundo da velocidade em que vivemos, no qual as notícias de ontem já estão ultrapassadas.
Um importante artista plástico brasileiro, que também discute a questão da durabilidade da obra de arte, é Vik Muniz. Em seus trabalhos faz uso de técnicas diversas e emprega, com frequência, materiais inusitados como açúcar, chocolate líquido, doce de leite, catchup, gel para cabelo, lixo e poeira, entre outros.
Em algumas de suas séries, o produto final é a fotografia da obra, devido à perecibilidade dos materiais empregados.
Temas como a materialidade das obras de arte e a oposição eterno/efêmero são problematizados pela arte contemporânea, pois são questões extremamente ligadas à nossa realidade, ao mundo da velocidade em que vivemos, no qual as notícias de ontem já estão ultrapassadas.
Um importante artista plástico brasileiro, que também discute a questão da durabilidade da obra de arte, é Vik Muniz. Em seus trabalhos faz uso de técnicas diversas e emprega, com frequência, materiais inusitados como açúcar, chocolate líquido, doce de leite, catchup, gel para cabelo, lixo e poeira, entre outros.
Em algumas de suas séries, o produto final é a fotografia da obra, devido à perecibilidade dos materiais empregados.
Vik Muniz, Mona Lisa. |
Acima, nas réplicas da Monalisa, Muniz utilizou geléia e manteiga de amendoim. Depois fotografou. Trata-se, claramente, uma discussão sobre o eterno versus o efêmero.
http://educacao.uol.com.br/disciplinas/artes/arte-efemera-instalacoes-performances-e-happenings.htm
Valéria Peixoto de Alencar*
Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação *Valéria Peixoto de Alencar é historiadora formada pela USP e mestre em Artes Visuais pelo Instituto de Artes da Unesp. É uma das autoras do livro Arte-educação: experiências, questões e possibilidades (Editora Expressão e Arte).
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