domingo, 7 de junho de 2020

APCs 5º ANO LÍDIA BAÍS

LÍDIA BAÍS


As mulheres artistas de Mato Grosso do Sul têm em comum a mesma luta que as predecessoras no Brasil e no mundo, lutaram para seguir sua vocação artística, e quando conseguiram tomar a arte como profissão, encontraram a mesma dificuldade que os homens: o distanciamento dos grandes centros onde acontecem a formação, exposições, e toda a efervescência das novas vanguardas; assim como a falta de reconhecimento do trabalho artístico como uma das necessidades do ser humano. Lídia Baís enfrentou esses obstáculos dentro de sua realidade temporal.
Esta é sem dúvida a personalidade que mais desperta a curiosidade dos estudiosos da arte no estado do Mato Grosso do Sul. Lídia Baís construiu para si uma fortaleza de mistérios e proibições que ela mesma denominava de claustro, e sua obra só veio a ser conhecida e disponibilizada ao público depois de sua morte em 1985.
Caçula de numerosa e abastada família campo-grandense, foi desde muito cedo estudar em internatos e colégios religiosos, onde foi ensinada a ser passiva e submissa, mas não se conformou, e desejou ser livre pra seguir seu caminho. Freqüentou grandes escolas no Rio de Janeiro, como o ateliê dos irmãos Rodolfo e Henrique Bernardelli, e teve aulas com renomados artistas como, por exemplo, Osvaldo Teixeira, na Escola Nacional de Belas Artes, que contribuíram muito para a construção de suas obras.
Fez longa viagem pela Europa com familiares e freqüentou museus na Alemanha e na França, conheceu personalidades brasileiras que por lá estavam e viveu intensamente o meio artístico e social, mas ao retornar ao Brasil, foi obrigada pela família a permanecer em Campo Grande. Contra a vontade da família voltou ao Rio de Janeiro para retomar os estudos em arte e promoveu uma exposição em dezembro de 1929, mas com dificuldades financeiras, estabelece-se definitivamente em Campo Grande.
Na casa paterna ainda realiza pinturas murais, e para livrar-se de uma interdição imposta por seus irmãos, casa-se no civil, mas não permanece junto do marido e anula a união dois anos mais tarde. Seu pai vem a falecer logo após seu casamento, e ela recebe sua herança, e ao contrário do que todos esperavam, não vai para São Paulo, fica com sua mãe, e inicia um ambicioso projeto, o Museu Baís (RIGOTTI, 2009).
O que era pra ser um local de exposições jamais foi aberto ao público e Lídia Baís fechou-se também. Com o passar dos anos a excentricidade e o mistério em torno de sua personalidade foi crescendo, e segundo a escritora Raquel Naveira “era tida como ‘meio louca’ era uma personagem intrigante: uma artista de alma amarrada e flagelada, talento que desabrochou e foi abafado na marginalidade”. Segundo Paulo Sérgio Nolasco dos Santos,

Assim confinada, agiu como se respondesse às inúmeras dificuldades das condições sócio culturais do início do século, no lugar e tempo em que lhe coube viver. [...] pode-se ler em sua trajetória os traços do artista que não só se isolou do meio artístico, como também reconhecer o fato doloroso de que ser uma mulher, com vocação artística, nascida no início do século em 1901 [...] fez com que sofresse intensamente as circunstâncias da opressão patriarcal e social, caracterizadora dos costumes provincianos. (NOLASCO dos SANTOS in RIGOTTI, 2009, p.12)

Sua experiência adquirida com os irmãos Bernardelli, Oswaldo Teixeira e Ismael Nery, iniciador do Expressionismo Cubista e precursor do Surrealismo no Brasil, e que tanto influenciaram seu trabalho, foi desperdiçado, e exilou-se frente da incompreensão de sua genialidade (RIGOTTI, 2009).


ALGUMAS OBRAS.

AUTO RETRATO COM PINCÉIS

AUTO RETRATO SAGRADO CORAÇÃO 

LÍDIA COMO NOSSA SENHORA

MICROBIO DA FUZARCA E NU

MORADA DOS BAÍS

OBJETOS DE LÍDIA

QUARTO DE LÍDIA

PODEREMOS ENCONTRAR TODAS SUAS OBRA NO MUSEU LÍDIA BAÍS NA MORADA DO BAÍS EM CAMPO GRANDE MATO GROSSO DO SUL.






Morada dos Baís: um dos pontos culturais da Capital Sul-Mato_Grossense


Um centro cultural brasileiro em Campo Grande.




No ano de 1993 a antiga Pensão Pimentel, passou a se chamar “Morada dos Baís”, onde foi oficialmente tombada Patrimônio Histórico e Cultural da cidade de Campo Grande, que se tornou aberto ao público. A morada acabou sendo um lugar cultural da cidade, colocando e aprimorando a importância turística que apresenta na Capital.


Ela conta com três salas para exposições de artes, um espaço para apresentações musicais, um espaço para restaurante e o principal, uma área de bastante circulação que merece uma atenção especial, onde constitui o museu Lidia Baís, que passou por uma restauração de seus painéis e torna referência para os amantes de cultura regional, que é uma das principais artistas da Capital, mostrando quadros pintados por ela mesma.





A gestora Janine Menezes Tortorelli informou que o lugar é bem visitado durante o ano, cerca de 3.500 pessoas passam por mês no local, principalmente no mês de Agosto, que passam nove mil alunos e universitários de escolas e faculdades, onde agendam visitas para apresentações e lançamentos de livros. Outro mês que é bem visitado é o de Dezembro, pois ocorre a iluminação de Natal. A proposta e a intenção é despertar sentimentos nas noites dos campograndenses e o orgulho de morar na cidade Morena.




A Morada dos Baís está situada no centro da cidade, na esquina da Avenida Afonso Pena com a Avenida Noroeste, 5140. Aberto de terça a sábado das 08h00 ás 19h00 horas e aos domingos e feriados das 09h00 ás 12h00 horas.
























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